MULHER E ÁGUA
Mulher e mágoa
Mulher é água,
Que agoa a mágoa . . .
Mulher é mágoa
Que agoa a água
E engole a mágua
Engole a água que lava . . .
Magoa a mágua que mata . . .
Magoa a água que mata a mágua . . .
Que água !
Que mágua !
Ressente na gota de água
A lágrima . . .
Que é a mágoa recente
Do coração transparente
Que reza e chora, latente . . .
E mata a mágoa de mágua
E a gota da lágrima que cai
Na face, e dói , doída . . .
Sente o sentimento profundo
Como recente ! Sente !
Ressente e afunda, na mágua,
Magoa . . . vai fundo, na água
E magoa, cada vez mais a mágua . . .
Que água !
Que mágua !
Magoa e agoa e morre a mágua
Enxágua, revive, e sente . . .
No seu interior, contrai, e retrai . . .
E pensa que mata a mágua, na água . . .
Que enxágua, porque é . . . água ! . . .
Mas não mata ! A mágua, sem gota, sem água
E essa é a gota d' água . . .
O caminho para a mágua, que seca, a lágrima . . .
Que retorna na mágoa !
Que água !
Que mágua !
Sem água ninguém vive . . .
Sem chôro de mágoa, ninguém
Pode conter a lágrima . . .
Mas não mata, enxuga, enxágua,
A gota de água , da mágoa que restou . .
Que findou e secou . . .
No canto dos olhos d'água
Da morena, mulher e água . . .
Que um dia . . .
Acreditou e confiou ! . . .
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